quarta-feira, 11 de outubro de 2017

UMA MÃO CHEIA DE TUDO
Que tempos são estes?


Que tempos são estes? e onde te encontras no meio de tudo isto?
Pelas ruas vês caras e mais caras, de propaganda superficial e de aparências, ruído e mais ruído que tenta furar o universo já sobrepovoado da tua mente. Na televisão vês outros a lançarem foguetes mísseis de tamanho avantajado, num exibicionismo que só poderá ser proporcional à necessidade de ocultar outros aspectos que envergam, demasiado pequenos... . Se não são esses, vês outros com discurso balofo e vazio de humanidade, mas demasiado alto, ecoando pelo mundo inteiro, que se divide entre a estupidificação das mentes, a poluição da alma ou um abanar de cabeça, acompanhado de uma grande interrogação sem resposta: Que tempos são estes?
Também tens aqueles, autistas, que vivem num mundo cor-de-rosa e que pensam que a vida começa na escolha da roupa que vão usar para o dia e termina no número de kilometros que correram, ou outro qualquer desafio que se colocaram a si mesmos, para se iludirem e por uns instantes se sentirem vencedores. Vencedores de quê?
No fim da vida, às portas da morte, aí terás uns vislumbre das tuas vitórias, e todas elas terão muito pouco a ver com o que conseguiste para ti, mas sim, com o impacto que tiveste nos outros ou no mundo de uma certa forma. E sabes? O mundo, aquele que interessa, está-se a marimbar para o que vestes, quantos kilos pesas, de que tamanho é isto ou aquilo. O mundo, aquele que interessa, só quer saber do teu coração e da tua mente, porque quando eles trabalham em boa parceria, beneficias tudo à tua volta. Provavelmente fá-lo de forma silenciosa ou pouco vistosa, mas isso também tem a sua razão de ser: A alma que conhece os Mistérios sabe que não precisa gritar, como faz o homem que levanta o dedo na TV, sabe que um sussurro basta para quem tem ouvidos, e a Verdade está à vista para quem tem olhos.
Estes são tempos de revelação! Tempos de trazer à luz aquilo que esteve oculto por muito tempo.
Por isso, temos gentes a contorcer-se numa desesperada tentativa de evitar a eminente diarreia, que sabem que irá revelar de que matéria são feitos por dentro.
Então lá vão disfarçando com isto e com aquilo, cada um à sua maneira, na área em que cada um se movimenta.
Nos circuitos da espiritualidade, não é diferente. A verdadeira espiritualidade, vê-se rara por aí. Aquela feita de gente que sabe, verdadeiramente, não só numa mente sempre susceptível à ilusão, mas num coração maduro de feridas curadas, que faz parte do Todo e que nesse Todo exterior há sempre o equivalente ao Todo interior.
Vejo-os abanar a cabeça, assentindo, perante afirmações do género, sim, sim claro, o que está forma de mim, reflecte o meu interior. Mas no virar da esquina, as suas atitudes contrariam integralmente até um entendimento superficial do conceito.
Espiritualidade é Coerência!
Não é subir para um palanque, levantar dedos ou citar o Guru da moda. Que diferença há entre este, e o outro dos foguetes. Esse também lá tem as suas convicções e também se põe em bicos de pé, ou de foguete, ou de mulher modelo, ou... enfim
Espiritualidade é ser Mestre em humildade!
E tendo o mestre mais conhecimento e sabedoria que o seu aluno, isso é inegável; essa humildade só é verdadeira quando decorre do reconhecimento de si mesmo no outro. O mestre é Mestre quando sabe que entre si e o seu aluno só há uma diferença: TEMPO. Ele vê no espelho que seu aluno é todos os seus desvios, seus erros, suas omissões, suas covardias, suas derrotas, mas também vê sua constante procura do saber, suas esperanças, suas vitórias, suas aprendizagens, sua humanidade.
Estes são Tempos, em que cada vez mais, de nada serve tentar disfarçar o lodo interior com qualquer manobra de diversão, pois todos vamos ser chamados. Todos, mais cedo ou mais tarde irão ser forçados a revelar o que habita em seus corações, pois no fim das contas só este vai para a balança, o resto são tripas e carne mais mal ou bem passada!
Na questão das terapias o mesmo paradigma se aplica. Ou é que se escolhe o caminho do parecer e não ser, ou é que se é, e pronto. Trata-se efectivamente, sem rodeios, indo directamente à ferida putrefacta que fede, mas fede mais se estiver fechada. E eventualmente deixa de feder quando é arejada e desinfectada.
Ou também podes continuar a tentar disfarçar com o último perfume das modas holísticas. Podes sempre tentar ficar à espera que um gentil Mestre Ascencionado, ou Anjo, ou ET bem disposto, venha resolver o problema que tens com a tua mãe e que andas a projectar para os teus relacionamentos, ou com teu pai, e passas de relação em relação infeliz, e não sabes porquê. Ou que algum terapeuta te resolva os teus problemas de obsessão, mas sem que tenhas de te preocupar com o gatilho que gerou a situação e muito menos responsabilizar-te pelo facto de que algo em ti foi foco da indesejável atracção.
Espiritualidade é trabalho no terreno!
É trabalho nas relações familiares, íntimas, sociais, etc...
É também terapia, quando ela é honesta e incisiva. Livre de convenções e de associações, actua em liberdade com base na compaixão e amor por todo irmão que se propõe à cura. Assim é Apometria.
Essa que praticamos há anos com tudo o que ela implica, porque este mundo e nosso presente trespassa o passado, os nossos ancestrais, o extra-físico até às nossas origens estelares, de Alfa a Ómega.
De pés bem assentes no chão, pela forte componente cognitiva da terapia que leva o paciente a perscrutar-se nos padrões que compõe o cenário integral da sua vida, eleva-se também a patamares transcendentes cujos limites só são impostos pelo tamanho da ambição evolutiva da Alma.
Esta é a inscrição que se pode ler na nossa porta:
Uma mão cheia de Tudo!
Se passa por aqui teu caminho, podes vir cá bater.

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